Tudo bem, aqui podemos falar se “Carrossel” é uma novela bem feitinha
ou mais um produto trash do SBT. Mas, antes, é preciso entender por que
se tornou vedete do ibope -nos primeiros capítulos, triplicou a
audiência da emissora, chegando a 15 pontos.
As crianças
simplesmente não têm mais ao que assistir na TV aberta. Se é boa ou não,
por ora, não importa ao público: é a opção que faltava.
É um
fenômeno a ser acompanhado. Remake de original mexicano, traz uma escola
que nada tem a ver com a brasileira. Lá estudam pobres e ricos, e o
uniforme é bermuda, camisa e gravata (menino) e saia de pregas e meia
três-quartos (menina).
Poderia parecer estranho para nosso
espectador mirim. Mas, para boa parte, não é o caso: são novelinhas
enlatadas assim que fazem a festa dos canais infantis pagos.
“Carrossel”
tem o potencial de roubar ibope da TV fechada e de atrair crianças fora
da TV no horário (ou que estão usando o televisor para videogame ou
DVD) -o que seria lindo para quebrar a tese da Globo de que infantis não
são mais economicamente viáveis na TV aberta.
A novela está longe de ser um primor em produção: os cenários, excessivamente coloridos, aparentam ser falsos.
Sem
querer, a professora Helena definiu, na estreia, a atuação de sua
intérprete, Rosanne Mulholland, que ainda não achou o tom: “Temos um
longo caminho a percorrer”. O elenco infantil é irregular: a “vilã”
(Larissa Manoela) está bem, e o mocinho (Jean Paulo Campos), muito
inseguro. Mas é o que temos, ou melhor, o que as crianças (sem TV paga)
têm.
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