Quando Iris Abravanel recebeu a missão de adaptar
“Carrossel”, muitos fãs da novela original mexicana ficaram preocupados:
vão ocorrer muitas mudanças em relação ao material original que cativou
tantos telespectadores?
No começo, a “Carrossel” brasileira parecia apenas uma tradução do original, com algumas pequenas atualizações (crianças usando a internet) e adaptações à cultura local (o excelente colégio ser particular). Lembrava o trabalho que o autor Henrique Zambelli fez com “Pérola Negra”, “Pícara Sonhadora” e “Marisol”.
Em uma entrevista Iris Abravanel falou que foi orientação do marido,
Silvio Santos, manter os primeiros capítulos bem fiéis ao original e que
ela só recebeu carta branca para criar quando a audiência se mostrou
acima do esperado.
E Iris criou, e criou muito bem. Tirou tramas que julgou serem repetidas (o sequestro da Valéria), aumentou o espaço de crianças pouco valorizadas na história original (como Adriano e Alicia) e destacou o trabalho do elenco adulto com novas cenas para os pais dos alunos (com o pai do Jaime ganhando um assistente mecânico vivido por Carlinhos Aguiar).
A mulher de Silvio Santos também criou novidades no núcleo da escola
com um romance mais quente entre os professores Helena e Renê, a mudança
de personalidade da professora Suzana (que virou uma amarga vilã vivida por Lívia Andrade),
maior tempo de permanência na novela para as professoras Matilde e
Glória e criação de novas confusões para a diretora Olivia, o porteiro
Firmino e a faxineira Graça.
Os méritos de “Carrossel” se destacaram na reta final da trama com
novidades inteligentes, como Maria Joaquina participar da corrida de
carros entre Jorge e Cirilo com uma referência ao Corredor X do clássico
desenho japonês “Speed Racer”, um presente para os pais que assistem a
novelinha ao lado dos filhotes. Outros clássicos como “A Fantástica
Fábrica de Chocolate” também fora citados no decorrer de um ano de
exibição.
Fonte: Cultureba
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