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terça-feira, 11 de setembro de 2012

"Nunca fui um mulherão", diz Rosanne Mulholland

Óculos escuros, rosto lavado e cabelos úmidos, sinal de quem acabou de sair do banho. São 9h da quarta-feira (5) e, com essa cara de menina despojada, Rosanne Mulholland, 31 anos, chega para a entrevista em um cinema da Avenida Paulista, em São Paulo. Hoje ela interpreta a doce professora Helena na versão brasileira de Carrossel, atual maior audiência do SBT, mas, nos 19 anos de carreira, já viveu mulheres fatais e até um travesti. ''Ela é um vulcão, maravilhosa; adapta-se a qualquer papel, tem frescor, tem um rosto universal'', dizia o diretor Carlos Reinchenbach, falecido há três meses, na época do lançamento de seu último filme, Falsa Loura, protagonizado por Rosanne em 2007.
''Fotografo bem e pareço mais bonita. Nunca fui um mulherão'', acredita a atriz de 1,67 metro e 53 quilos. Recentemente, uma cena sua de nudez foi parar na internet e causou polêmica. ''Tiraram o quadro do contexto. Foi um desrespeito à obra e fiquei chateada. Estou adorando interpretar Helena, um marco da minha carreira, mas não sou uma atriz infantil. Não quero rótulos e me orgulho de todos os papéis que fiz'', conta Rosanne, que demonstra a seguir sua versatilidade.
As pazes com o rosto de mocinha
''O óbvio da minha aparência era o perfil da mocinha. Comecei a estudar teatro aos 12 anos, em Brasília, minha cidade natal. Aos 18, eu morria de medo e pensava: ‘Ai, credo, só falta, por causa dessa minha cara, sempre me escalarem para papéis de meninas boas. Será que vou ficar marcada? Será que nunca farei personagens complexos?’ E fui atrás de personagens diferentes. Aos 30 anos, vi que era um preconceito meu, que eu não precisaria buscar esses papéis especialmente no cinema como se o mundo fosse acabar amanhã e que uma atriz deve percorrer todas as áreas de sua profissão. Del Rangel (57, então diretor de novelas do SBT) havia trabalhado comigo em Água na Boca (novela da Band de 2008), sabia que eu tinha essa cara e me chamou para fazer um teste para o papel da professora Helena. Dois dias depois, eu estava prestes a apresentar o Festival de Brasília (em setembro passado) e me ligaram, comemorando: ‘Você é a professora Helena!’ Fiquei passada na hora.Pensei: ‘Chegou a hora de fazer as pazes com minha mocinha interior’ (risos).''

Fonte: Contigo

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