Iris Abravanel, mulher de Silvio Santos e autora da adaptação de Carrossel,
recorreu às boas lembranças do passado para explicar o motivo de levar
ao ar a novela infantil que teve grande sucesso há mais de 20 anos.
“Naquela época, tudo era diferente. As famílias se reuniam mais em volta
da TV. Eu me lembro de ter assistido a primeira versão com as minhas
filhas e sei que elas guardam boas memórias dessa época também. Agora,
tudo mudou e para pior”, disse Iris em evento de lançamento do remake
nesta segunda na sede do SBT, em São Paulo.
O discurso nostálgico da primeira dama do SBT ecoa a própria estratégia
de programação da emissora, voltada a recuperar sucessos do tempo em
que detinha a vice-liderança na audiência. Exibida no Brasil em 1989, a
primeira versão nacional de Carrossel era inspirada numa novela mexicana produzida pela Televisa e chegou a ultrapassar o Jornal Nacional no
Ibope algumas vezes. A nova adaptação vai novamente disputar a
preferência do público com o telejornal global e vai ser exibida de
segunda a sábado às 20h30 a partir de 21 de maio.
Mais do que simplesmente relembrar o passado, a tática do SBT é apostar
em programas que exaltam a união familiar, o pilar dos valores da atual
classe C, e fazer um contraponto ao conteúdo mostrado por outras
emissoras. “Carrossel é uma pausa nas novelas que atualmente mostram muita violência”, diz o diretor Reynaldo Boury.
A novela começa quando a professora Helena, interpretada por Rosanne
Mulholland, chega à Escola Mundial para ensinar 16 crianças que cursam o
terceiro ano. Na adaptação, Iris conta ter usado sua experiência como
professora do Ensino Fundamental para retratar o cotidiano dos alunos.
Por isso, a autora decidiu se manter fiel a um dos conflitos mais
comentados na versão original, a paixão não correspondida entre Cirilo e
Maria Joaquina. A menina loira e de olhos claros se empenha em
espezinhar e humilhar as tentativas de aproximação do garoto por ele ser
negro e de família pobre. “Isso é o que acontece no dia a dia das
escolas. Meu apelido era lagartixa por que eu cresci muito rápido e era
muito magra. Todo mundo já passou por isso, elaborou e hoje dá risada.
Bullying perigoso é quando a criança maior oprime a menor o que torna a
convivência escolar impossível”, diz Iris.
Os destaques do elenco devem ficar no núcleo infantil. Entre as
crianças de 8 a 10 anos que interpretam os alunos da Escola Mundial,
está Maísa Silva, de 9 anos, veterana da casa e famosa por protagonizar
cenas hilárias ao lado de Silvio Santos nas tardes de domingo. Maísa
interpreta Valéria, a preferida da professora Helena. Aysha Benelli,
filha da cantora Simony, vive Laura, a garota gordinha e sentimental que
vive repetindo: “Isso é muito sentimental!” O papel de Maria Joaquina é
de Larissa Manoela a atriz-mirim revelação que atuou no filme O Palhaço, de Selton Mello.
Fonte: Veja
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